accessible
Notícias


Reforma da ETE Piracicamirim melhora eficiência

Melhorar a eficiência e solucionar o problema do mau cheiro da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Piracicamirim, sempre foram prioridades do atual governo e da presidência do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae). Por isso, no último dia 15, o prefeito Barjas Negri e o presidente do Semae, Vlamir Schiavuzzo, visitaram a ETE, acompanhados de lideranças comunitárias, dos vereadores André Bandeira e José Longatto, demais secretários municipais e representantes da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi), do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Piracicaba e Região (Simespi) e da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Piracicaba 21.

O prefeito Barjas Negri (PSDB) destacou a preocupação de seu governo com a despoluição do rio Piracicaba e o tratamento de 100% do esgoto de toda a cidade até o final de 2012. A atitude de Barjas, de abrir a ETE Piracicamirim para mostrar o que foi feito à população, no que se refere a eliminação do mau cheiro, foi elogia por um representante da comunidade. “Em todos esses anos, é a primeira vez que um prefeito abre a Estação para que nós possamos ver de perto o que está sendo feito. Só essa atitude já merece crédito de confiança”, enfatizou Antonio José Fagundes da Silva, 58, morador há 17 anos do Jardim Brasília.

Entre as melhorias da ETE Piracicamirim, já a partir de 2009, destaca-se a cobertura dos 12 reatores anaeróbios e do queimador atmosférico, onde são produzidos os gases durante a fase do tratamento, pelas bactérias que degradam a matéria orgânica do esgoto.

O gás que causava o mau cheiro é o sulfídrico (H2S), que durante o processo de queima, era liberado à atmosfera, daí a necessidade da cobertura dos reatores. Ainda em 2009, o Semae construiu um biofiltro, onde parte do gás é queimada e canalizada, reduzindo o odor do H2S. Esses dois procedimentos, cobertura dos reatores e construção do biofiltro, resolveram o problema causado pelo tratamento anaeróbio.

Para solucionar o problema do tratamento aeróbio, que acontece na lagoa durante o processo de decantação, por recomendação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), iniciou-se a sua reforma. Foram retirados mais de 800 caminhões, com capacidade de 12 metros cúbicos, de lodo da lagoa. “Esse volume foi em consequência das bolhas que surgiram na lona que faz a impermeabilização do solo da lagoa ”, detalha Vlamir Schiavuzzo.

Para melhorar a eficiência da ETE Piracicamirim e eliminar o odor, também foram instalados aeradores (veja explicação abaixo sobre todo o processo), drenos, dois lavadores de gás sulfídrico, além da troca da lona. Essas obras serão concluídas no final deste mês e a lagoa voltará a operar em maio, num período de aclimatação. “É o tempo para o desenvolvimento das bactérias necessárias no tratamento e para o equilíbrio do sistema, o que deve durar em torno de seis meses”, diz Schiavuzzo.

FUNCIONAMENTO DA ETE - O Semae investiu R$ 2,1 milhões na cobertura dos 12 reatores e do queimador atmosférico, na construção do biofiltro, reforma da lagoa, remoção do lodo, aquisição de 7 aeradores e 2 lavadores, entre outros procedimentos. Conheça, passo a passo, a função de cada sistema da ETE:

REATORES COBERTOS – onde são produzidos os gases durante a fase de tratamento, pelas bactérias que degradam a matéria orgânica do esgoto. Os gases são chamados de biogás e são eles: metano (de 60 a 70%); CO2 (de 30 a 40%) e 1% de gás sulfídrico (HS2), este causador do mau cheiro. A cobertura dos reatores é para evitar que o gás seja liberado para a atmosfera.

QUEIMADOR – o biogás é encaminhado para o queimador e esse processo o transforma num gás “menos problemático” para o efeito estufa. O queimador não permite que o gás que é captado nas lonas seja lançado bruto na atmosfera.

BIOFILTRO – mesmo com a captação do biogás, o H2S ainda consegue sair do reator junto com o esgoto tratado, no meio líquido. Nas tubulações, durante as agitações, esse gás se desprende do meio liquido, sendo captado e direcionado para os filtros para ser oxidado, eliminando o odor.

LAGOA – a reforma da lagoa foi necessária porque surgiram bolhas entre ela e o solo, dificultando a operação dos aeradores. Isso reduzia o tempo de tratamento do esgoto, além de prejudicar o seu processo. Durante a remoção do lodo, o volume encontrado foi superior ao estimado, em consequência das bolhas existentes na lona.

DRENOS – se ocorrer formação de gases entre a lona e o solo, serão eliminados pelos drenos, que também têm a função de eliminar os líquidos em caso de vazamento na lona.

LONA – serve para fazer a impermeabilização, impedindo o líquido (esgoto) de contaminar o solo e o subsolo.

AERADORES – têm a função de injetar oxigênio para sobrevivência das bactérias aeróbias e misturar todo o esgoto na lagoa. Isso aumenta o contato entre as bactérias e o esgoto, melhorando o tratamento. Com o problema da bolha, estavam em funcionamento sete aeradores e, a partir de maio, serão 15 aeradores.

LAVADOR DE GÁS – o H2S, que sai junto com o esgoto tratado, passa por dois lavadores de gás que promovem a sua oxidação química. Atualmente, há um lavador instalado antes do biofiltro e um após, porque o esgoto está sendo tratado nos reatores. Quando a lagoa voltar a operar, os dois lavadores de gás ficarão antes do biofiltro, considerando que ela também contribuirá com a oxidação do H2S.

20/04/11 17h55 -