A urbanização da comunidade Portelinha na região do bairro Tatuapé teve início hoje, dia 17, com as obras de implantação da rede coletora de esgoto realizada pela Prefeitura, por meio do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) e a empresa Águas do Mirante.
“Vamos despoluir o córrego, todo o esgoto que corre a céu aberto será canalizado, até dezembro vamos resolver o problema da comunidade, proporcionar saúde e qualidade de vida”, declarou o prefeito Barjas Negri.
De acordo com José Rubens Françoso, presidente do Semae, as obras de esgoto e água seguem em conjunto. “Serão implantados na primeira etapa 2.625 metros de rede de água e 3.300 metros de esgoto. Aproximadamente 5.000 pessoas serão beneficiadas. Hoje já instalamos um poço de visita (PV) e a cada nova interligação é um pouco menos de esgoto que será despejado no córrego”, explicou o presidente.
O garçom Francisco de Assis Falcão, 30 anos, que mora na comunidade desde sua criação, comemorou a intervenção. “A situação é bem crítica, sofremos com o esgoto e agora, com a ajuda do pessoal da Prefeitura, estamos todos unidos para realizar estas melhorias e a urbanização da comunidade. A implantação do saneamento básico é tudo. Vai livrar a gente das doenças, vai acabar com o mau cheiro. É qualidade de vida sentida na pele”, disse Falcão.
José Ricardo Gastão, 36 anos, segurança, morador da comunidade há sete anos, também ficou feliz com o início das obras. “Viver em uma comunidade sem saneamento é terrível. Vai diminuindo, cada dia mais, a saúde da gente. O esgoto a céu aberto gera risco de contaminação da água, que temos canalizada, mas que não é potável. Por isso, normalmente eu fervo a água e deixo na geladeira. O saneamento vai melhorar nossa saúde, nos dar segurança e conforto”, observou.
FORÇA-TAREFA - No início do ano, o prefeito Barjas Negri, como primeira medida do novo governo, organizou uma força-tarefa em quatro comunidades na cidade: Portelinha, Pantanal, Caiubi e Frederico, com aplicação de lajão britado em ruas e vielas, e outras ações pontuais como limpeza e recolhimento de entulho. Na Portelinha foi executada também uma passagem, em tubos, para facilitar o trânsito de pedestres. À época, Barjas destacou que a preocupação era garantir a segurança dos moradores nas favelas com a chegada das chuvas.
Já no mês de março, sabendo dessas ações nas favelas, o prefeito encaminhou à Câmara de Vereadores projeto de lei que transfere R$ 750 mil ao Semae, recursos que serão utilizados em projetos de abastecimento d´água. Como justificativa, o prefeito citou a assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público, que prevê a urbanização de quatro favelas, em 5 anos, com investimento anual de R$ 1 milhão nas obras em geral. Por isso, os recursos repassados servirão para obras de instalação das redes de água, responsabilidade do Semae.
URBANIZAÇÕES - Em 2005, a Prefeitura de Piracicaba implantou um programa de urbanização de favelas, melhorando a vida e dando dignidade a mais de 3.000 famílias. O prefeito Barjas Negri recorda que existia um problema, que precisava ser enfrentado. Houve um esforço para viabilizar as ações nas favelas junto ao Ministério das Cidades – CEF, Secretaria da Habitação do Estado de São Paulo e CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano.
A Prefeitura envolveu as suas secretarias municipais, incluindo o Semae, e mais a CPFL. Todos contribuíram para a execução de serviços. O resultado foi uma soma de esforços e de recursos para executar e concluir a urbanização de 23 favelas, onde moram 3.356 famílias.
Esses locais foram transformados em verdadeiros bairros, com infraestrutura urbana completa – galerias de águas pluviais, guias e sarjetas, pavimentação asfáltica, rede de água e de coleta de esgoto, energia elétrica e iluminação pública.